DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Valpadana & Calamares

Trago com freqüencia, do fundo da memória, a lembrança de dois restaurantes que existiam em Campinas nos anos oitenta, o Valpadana e o Calamares. O Calamares não era bem um restaurante, mas um bar noturno que servia ótimas sugestões do modesto cardápio. Não me esqueço da lula grelhada, talvez temperada com um pouco de vinho branco, sal, nada muito complicado, mas de textura divina e o coração de quem a fez. Sempre fresquíssima, como se o mar estivesse ali do outro lado da rua. Lembrei-me de Sêneca: “um cozinheiro custa mais caro do que um triunfo.”
O Valpadana era dirigido pela proprietária, típica italiana de nariz longo e lábios finos, que transitava entre a cozinha e o balcão. E o molho de tomates... digno dos lábios de Nossa Senhora da Achiropita!
Dois lugares despretensiosos, sem glamour, sem neon - como poesia da boa rascunhada em papel de pão, sabe? - mas e daí? faziam valer o dia.
Nem imagino onde possa encontrar o cozinheiro do Calamares ou a proprietária do Valpadana para beijar-lhes as mãos.

2 comentários:

Anônimo disse...

E nos tempos atuais? Qual é o bar 'sugestão do chefe'?

Regina Bui disse...

Carol,
pode ser o caminho mais difí­cil, mas a sugestão é que você procure pelos sabores que lhe agradam, seja lá onde for. Descobrir isso sozinha é uma aventura bem mais gostosa! Taí o desafio, depois a gente compartilha!
beijos