DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

domingo, 29 de novembro de 2009

Corra Lola, corra!

Quem ainda não assistiu Julie & Julia em cartaz nos cinemas? Então corra!

Por aí

Sim, sim, esse blog está meio abandonado, admito. Os dias podem ser eternos, monótonos ou cheios de compromissos, mas o tempo passa rapidamente, de uma forma ou de outra. Tenho ganhado muitas coisas: abóboras aguadas - não sei que raio de espécie fajuta é essa que a vizinhança insiste em colher no meio de terrenos selvagens-, vidros de homus feito em casa, pão de mandioca e mimos do Nordeste - a amiga Marília trouxe do Recife uma farinha de mandioca amarelinha e leve, trouxe também bolo de rolo que me serviu em sua casa.
Qual é a invenção original? O rocambole mineiro ou o bolo de rolo pernambucano? O primeiro parece ser a versão do segundo, só que mais espaçado. Não que ele seja menos gostoso.
A gente ganha o dia quando coisas diferentes não nos desapontam: achei num açougue um linguição recheado com provolone, embrulhado em papel celofane para assar no forno. Depois de douradinho, fatiei e servi com purê de mandioca bem molinho, surrado no batedor de arame. A linguiça ganhou nota 10.
E a coisa mais surpreendente dos últimos tempos foi a coalhada seca da Samia, proprietária do restaurante Al Sultan. Não me recordo de ter provado cremosidade igual.

Mais uma

Histórias continuam indo e vindo. Gabi, uma gaúcha que cresceu no meio de alemães de bochechas coradas contou que a mãe estava num vilarejo dos Pampas e serviam filé grelhado no local, daqueles altos, gigantescos e suculentos. O garçom apoiava o prato com a palma da mão e o polegar segurava o bife do lado de cima. Imediatamente a mulher retrucou:
- Mas você está com o dedão na minha carne!
E o garçom, com aquele sotaque inclinado e nervoso dos gaúchos justificou:
- Então, tu queres que ele caia de novo?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Bracarense, Estadão e City Bar

O que é que esses botecos tem em comum? O último, apesar de não ser tão conhecido além das terras que limitam a cidade de Campinas, representa tantos outros que existem por aí com os moldes dos primeiros. Quem não gosta de afrouxar a gravata, no caso dos paulistanos, e entrar num ambiente informal e semi-aberto, usando sandálias de dedos, como é o caso dos cariocas? Um chão sujo de guardanapos amassados que voam o tempo todo, mesinhas e cadeiras amontoadas, dificultando a passagem dos garçons que carregam uma bandeja de tudo, um balcão que por trás da vitrine exibe pernil assado, croquetes de carne, empadas, coxinhas e bolinhos de bacalhau - sempre os melhores do mundo - cerveja e chopp que descem congelando a garganta e uma infinidade de sanduíches nos cardápios grudentos, de tantas mãos que por ali passam. E barulho, muito barulho. A quantidade de funcionários que aos berros vão se entendendo dentro e fora dos balcões parece se igualar com a dos clientes, sempre aguardando na mesa a chegada de um novo pedido. É descontração pura que, quando estamos no pique, faz as segundas terem cara de sexta, porque num ambiente assim você nunca lembra que existem segundas-feiras.