DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

sábado, 25 de abril de 2009

Um risotto qualquer, passo a passo

Escrevi com dois tês só porque vou usar arroz arbóreo. Essas frescuras que a gastronomia preza e aplaude empolgada.
Coloquei uma colher grande de manteiga na panela e um punhado de damascos cortados em tiras. Depois de refogar um tanto, o damasco começou a caramelizar com o próprio açúcar que carrega, e a manteiga ficou levemente alaranjada.
Em seguida, despejei uma tigelinha de alho-poró cortado em rodelas finas e misturei mais um pouco, até murchar um tantinho.
Depois chegou a vez do arroz, acompanhado de vinho branco - um copo, mais ou menos. Não gosto de refogar o arbóreo como fazemos com o agulhinha, porque acho que se os grãos forem selados, o amido não se solta. Justo, ou não?
Bem, o caldo, feito com cascas e cabeças limpas de camarão, cenoura, cebola e alho, já estava coado e prontamente borbulhando no fogo, a todo vapor.
Assim que o álcool do vinho evaporou afoguei tudo com conchadas grandes do caldo quente, cheiroso de mar, uma atrás da outra e mexendo sempre.
Ao lado, separei uma frigideira para os camarões.
O risotto foi se banhando e crescendo na panela.
Pouquinho antes daquela textura al dente, coloquei azeite pra esquentar e temperei os camarões com sal e pimenta-do-reino (eram imensos, os bichos). Assim que chegaram no ponto, coisa rápida de dois ou três minutos, salguei o risotto vizinho e desliguei o fogo.
O prato fica perfeito quando você termina tudo ao mesmo tempo.
Ah, só um detalhe: aproveitei aquele fundinho da frigideira e coloquei mais um tantinho de vinho branco para roubar o sabor dos vestígios do camarão frito. Despejei o molhinho de última hora no risotto e servi o dito cujo com os gordinhos carnudos e rosados à sua volta.

Foto: Regina Bui

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