DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um chuchu como outro nenhum

O chuchu, verde-aguado por fora e verde-aguado por dentro, acusa de antemão um sabor nada atraente. Em que momento ele entra na listinha do mercado? Nenhum. Na hora de empurrar o carrinho a gente lembra de ensacar dois ou três para fazer render a sopa.
Chato é descascar aquela pele dura e enrugada, cheia de sulcos, que mais parece o sofrimento de uma vida toda. E assim ele vem com boca fechada, costuradinha por dentro. Cara de tartaruga preguiçosa.
Depois de aparado, por carência ou não sei, deixa uma coisa pegajosa nas mãos. O corte de ponta a ponta revela a parte branca, quase branca-suja, que para surpresa nenhuma, não contrasta com nada. Esse miolo é descartado, por ser pouco duro ou muito insosso, tanto faz. É essa a idéia do chuchu: parece eternamente que tanto faz.
Mas quer um nadinha de dica para ter o chuchu perfeito?
Um banho de azeite, uma ensaboada de pouco sal e um bocado de parmesão barato - cobri-lo assim por completo e aos montes. O ponto? Forno baixo de uma hora ou quando estiver mole e encrespado do queijo dourado.
Nessa hora o chuchu esnoba, não é para todos, só para os virtuosos da paciência – o que não é bem o meu caso, mas por ele vale a pena tanto esforço.
Tchau! Volto só depois do carnaval.

4 comentários:

Blog da Nô disse...

Humm, dá o que pensar...

Regina Bui disse...

Não, não pense Noêmia, faça logo! rs..rs..

Anita disse...

Conheci uma vez um professor brasileiro filho de alemaes todo orgulhoso por conseguir cultivar chuchus na estufa da cozinha. Em pleno inverno de Munique. Achava que estava arrasando. Vai ver estava mesmo !

Regina Bui disse...

Olha que estava!...