DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

domingo, 31 de janeiro de 2010

Salada de banalidades

As frutas, as mais simples, são lembradas apenas nas páginas que pregam saúde. Seu consumo é uma ordem. Sua função, de nutrir, não vai além da obrigação. E obrigação é chatice.
Na gastronomia, laranja ganhava destaque quando era coadjuvante de pato. Mamão, quando levava banho de licor de cassis. Maçã, em tortas francesas do avesso. E banana hoje só se virar espuma.
Temos fartura dessas frutas. Temos xepa nas feiras. Temos coisas demais estragando e o tema não combina com capa de revista chique.
Imagine se a acidez crocante da maçã fosse rara ou encontrada em determinado país, apenas em uma época do ano. Imagine se o prazer do doce da banana fosse para poucos endinheirados. E se a carne suculenta do mamão estivesse presente apenas em mesas nobres? Uma salada destas frutas banhadas com suco geladinho de laranja faria parte do Jantar do Século?
O que é comum à mente e banal ao paladar, infelizmente não satisfaz tanto assim.

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