DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

sábado, 26 de julho de 2008

Etiqueta & Ignorância


“por rebuscados que sejam os bons pratos e suntuosos os acessórios, não há prazer da mesa se: o vinho é ruim, os convivas juntados sem escolhê-los, as fisionomias tristes, a refeição consumida às pressas” Brillat-Savarin (1.825)

Participei de um banquete feito especialmente para o advogado de um dos empresários mais bem sucedidos de nosso país. O serviço, impecável. No menu, sopa de mexilhão, tartare de salmão com temperos asiáticos e risoto de camarão com shimeji. Garçons atentos e uma sommelier à disposição, que apresentava os vinhos que acompanhavam os pratos. Depois disso, uma variedade de doces desfilaram sobre a mesa. Ao final, café e petit four como mimos para fechar o jantar com chave de ouro.
No dia seguinte a anfitriã não recebeu flores. Mas ganhou uma exortação, a de que não havia colocado talher para peixes na mesa, “como pede a etiqueta!...”Eu não sei se pergunto à Glorinha Khalil ou à Danusa Leão onde é que a anfitriã errou de fato, mas tenho certeza, caro leitor blogueiro, de que a resposta está na ponta da sua língua.
Sempre que vejo histórias desse tipo me lembro do samba da Beth Carvalho: “Ô coisinha tão bonitinha do pai, ô coisinha tão bonitinha do pai. Você vale ouro, todo o meu tesouro...”


Foto: Regina Bui

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