DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

terça-feira, 8 de julho de 2008

De médico, cozinheiro e louco todo mundo tem um pouco

Alimentos são de primeira, já disse em textos anteriores. Só esqueci de completar que são sagrados. Ignoramos suas propriedades curativas e deixamos de fazer o uso com esta intenção graças à lucrativa indústria farmacêutica.
Em 1948, escrevendo sobre o tema, o Dr. Alberto Seabra declarou estranha e profeticamente: “Confiemos que assim será o futuro e desconfiemos que do conhecimento mais perfeito e exato das coisas que nos cercam resultará um perigo muito grave para as farmácias e drogarias, na concorrência leal e sábia que lhes farão as vindouras casas de frutas, hoje tão modestas. Elas crescerão, estendendo-se por toda urbe paulopolitana, enquanto aquelas ir-se-ão, de mais em mais, reduzindo, até ficarem com o aspecto de ruínas, atestado arcaico das velhas superstições e crenças humanas”.
O discurso de que alimentação natural previne diversos tipos de doenças todo mundo conhece, mas prefere tomar um remedinho para soltar o intestino preso a comer maçãs ou mamão.
Depois que passei a ser menos hipocondríaca fiquei mais leve e mais feliz. Sou quase adepta da frase de Rita Lee: “quanto mais natureba, mais bacaneba”. Quase, porque estou longe de me tornar vegetariana, coisa que a pop star assume há anos. A questão aqui não é sobre isso, mas sobre se empanturrar de remédios ao invés de optar pela alimentação saudável (assim como a busca de tratamentos alternativos).
Tenho guardado na prateleira um dos meus livros prediletos de consulta, que relaciona quase todos os tipos de frutas, verduras, legumes e ervas medicinais com suas propriedades e aplicações – de dor de garganta à alergia da pele: A Saúde Brota da Natureza, do prof. Jaime Bruning. Só dispenso a urinoterapia, que isso é para os mais corajosos ou loucos.

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