DISCURSOS GASTRONÔMICOS E MACARRÔNICOS

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tomilho, um caso de amor

É quase difícil convencer as pessoas a usarem alecrim fresco no lugar do seco. Que dirá inserir na comida rotineira uma erva pouco conhecida na intimidade, como o tomilho. Geralmente, as ervas frescas representam uma barreira na hora da compra, por um único motivo, pelo menos unânime entre alunos e conhecidos meus: não saber como usá-las.
Eu digo que do mesmo modo que se abre um maldito tablete de tempero artificial e o joga na panela, pega-se uns ramos da erva escolhida e faz o mesmo. Mas ervas frescas combinam com o quê? Com tudo, acredite. Deixo abaixo algumas dicas sobre elas, mas antes quero falar um pouco mais sobre o tomilho, meu tempero secreto.
Não quero discorrer aqui suas propriedades ou sobre qual família pertence, pois esse blá blá blá nunca é lembrado no momento em que apreciamos o sabor do prato acompanhado de um bom vinho, estando sozinho ou rodeado de amigos.
Durante o cozimento, o tomilho pode ser usado inteiro, como um ramo, e depois retirado, seja em ensopados ou sobre os assados, somente para que os ingredientes absorvam seu perfume. Ou ainda, as folhinhas podem ser destacadas do caule e fazerem parte do prato, mesmo ao natural e como decoração.
Como adoro aves assadas (frango, peru, chester, galinha d’angola, pato, codorna e etc), gosto de preencher o interior da carcaça com os galhinhos dele. Na hora de servir basta descartá-los, porque todo o sabor já ficou fixado na carne. Peixes também formam uma boa parceria com o tomilho.
Ratatouille, a clássica mistura francesa de cebola, tomate, abobrinha e berinjela é uma receita engrandecida especificamente por causa de seu aroma. O mesmo efeito hipnotizante acontece quando cozido com lentilha, calabresa e bacon, tudo na mesma caçarola.

Aqui vai um resuminho prático sobre o uso das ervas frescas (frescas, lembre-se!) na comida do dia-a-dia, sem medo de ser feliz:

TOMILHO, ORÉGANO, CEBOLINHA, SALSINHA, MANJERONA E ALECRIM – aves, carnes bovina/suína/caça, peixes, frutos do mar, massas, verduras e legumes
MANJERICÃO – embora combine com tudo, melhor não cozinhar e jogar as folhinhas sobre o prato na hora de servir. Mas vai muito bem quando assado na pizza em forno alto.
ENDRO (dill) – principalmente peixes, legumes e verduras
NIRÁ - carne bovina, peixes, frutos do mar, legumes e verduras
HORTELÃ – Frutas, saladas e pratos árabes ou libaneses

7 comentários:

Ita Andrade disse...

Esse assunto estava na paulta da nossa proxima quarta feira, acredita?
Um abração

Regina Bui disse...

Pois é, eu li seu pensamento, por isso que postei o texto, ahahahhaah

e daí? disse...

é isso mesmo, percebo um certo medo, sei la se por desconhecimento, em usar temperos frescos.Tão facil cultivar, ter sempre a mão, em vasinhos pra usar sempre q precisar...
E, gostoso tb explorar a intuição, a experimentação...

Anita disse...

Manjericao e' o basilico ne ? Amoooo !! Picadinho com faca meia lua e misturado a azeite, pinholes socados e lascas de parmesao, joga esse pesto numa massa al dente e ... eu morro! e salve, salve o sorvete de manjericao !!

Regina Bui disse...

mas não da Parmalat!

Regina Bui disse...

É Andréa,
as pessoas perderam mão do tempero. Empresas como a Knorr e a Maggi tentaram facilitar vendendo falsos sabores e só atrapalharam.

Denise disse...

aqui em casa tem ramo de tomilho fresco na velha e boa carne de panela... cheirosa e diferente!
e o hortelã é usado para temperar salada de grão de bico e refogar ervilhas na manteiga.
tudo direto da horta do marido, uns vasos grandes que ele trata como filhos...
um beijo!