Moro num bairro rural, cercada de chácaras e sítios, com direito a visitas de cavalos e bois que passeiam pelas ruas de terra em busca de capim fresco, de preferência limpos e com gotas de orvalho ou chuva – presumo. Nada diferente do que vivemos fazendo, sempre em busca de algo melhor para matar a fome de todas as horas, mesmo que esse melhor seja um pacotão de bolachas wafer de morango.
Acontece que cada vez mais me surpreendo do quanto estamos distanciados do que é natural, da terra, do jeito que Deus criou.
O Rodrigo, que há um tempo trabalhou como jardineiro aqui em casa, conseguiu permissão com o proprietário de um terreno desocupado para plantar legumes e verduras. Montou sua barraquinha de toldo azul e quase toda tarde e finais de semana vende o que colheu no dia: gigantescas espigas de milho verde, alface, couve-flor, couve manteiga, cheiro verde, espinafre. O brócolis, por exemplo, vem com longas folhas, o que eu adoro e não entendo por que a maioria das pessoas descarta essa delícia. A rúcula é mais forte de sabor, mais encorpada e mais crocante do que a encontrada nos supermercados. O repolho tem folhas tão compridas que enrolam nas pontas, como um papiro. Os rabanetes, ainda bem vivos, vêm cheios de terra, recém-saídos de suas covas úmidas, assim como a mandioca, que me apresentou um sabor que eu não conhecia – o de mandioca!
Comprei meia bacia dos robustos pedaços por R$ 1,00 – isso mesmo – e depois de limpos, tasquei-os na panela de pressão. Meia hora depois, os nacos amarelos e macios estavam fritando no tacho, a todo vapor.
Na hora de experimentar, uma surpresa além da crocância sequinha e indescritível que a mandioca frita pode ter: um leve adocicado – sutil, como o damasco – me surpreendeu de fato. Uai, e por acaso mandioca é doce? Aquela estava, bem no fundo, mas estava mesmo.
Acostumada a consumir mandioca de supermercado, e até de feiras, certamente cultivadas com algum tipo de química, não sabia que poderia conhecer uma outra mandioca.
Acontece que cada vez mais me surpreendo do quanto estamos distanciados do que é natural, da terra, do jeito que Deus criou.
O Rodrigo, que há um tempo trabalhou como jardineiro aqui em casa, conseguiu permissão com o proprietário de um terreno desocupado para plantar legumes e verduras. Montou sua barraquinha de toldo azul e quase toda tarde e finais de semana vende o que colheu no dia: gigantescas espigas de milho verde, alface, couve-flor, couve manteiga, cheiro verde, espinafre. O brócolis, por exemplo, vem com longas folhas, o que eu adoro e não entendo por que a maioria das pessoas descarta essa delícia. A rúcula é mais forte de sabor, mais encorpada e mais crocante do que a encontrada nos supermercados. O repolho tem folhas tão compridas que enrolam nas pontas, como um papiro. Os rabanetes, ainda bem vivos, vêm cheios de terra, recém-saídos de suas covas úmidas, assim como a mandioca, que me apresentou um sabor que eu não conhecia – o de mandioca!
Comprei meia bacia dos robustos pedaços por R$ 1,00 – isso mesmo – e depois de limpos, tasquei-os na panela de pressão. Meia hora depois, os nacos amarelos e macios estavam fritando no tacho, a todo vapor.
Na hora de experimentar, uma surpresa além da crocância sequinha e indescritível que a mandioca frita pode ter: um leve adocicado – sutil, como o damasco – me surpreendeu de fato. Uai, e por acaso mandioca é doce? Aquela estava, bem no fundo, mas estava mesmo.
Acostumada a consumir mandioca de supermercado, e até de feiras, certamente cultivadas com algum tipo de química, não sabia que poderia conhecer uma outra mandioca.
A barraca do Rodrigo é orgânica? Acho injusto chamá-la assim e também muito sofisticado, considerando que os alimentos orgânicos são mirrados e distantes do poder aquisitivo de muita gente. Prefiro chamá-la de barraca dos alimentos naturais, da terra, do jeito que Deus criou.
Agora um artesão local de queijos colocou seus produtos na banca do Rodrigo e aos poucos sua pequena feira vai se incrementando.
Onde: na esquina da estradinha que leva ao Vale das Garças com a entrada do bairro Village, em Barão Geraldo (Campinas).
Agora um artesão local de queijos colocou seus produtos na banca do Rodrigo e aos poucos sua pequena feira vai se incrementando.
Onde: na esquina da estradinha que leva ao Vale das Garças com a entrada do bairro Village, em Barão Geraldo (Campinas).
5 comentários:
nossinhora, ler seu texto deu ainda mais vontade de ter um pedacinho de terra, uma hortinha, pomar, pra cuidar, nem q fosse só nos finais de semana...
não é?
Um luxo comer produtos da terra assim, 100% naturais. Um luxo.
e não seria estranho fazer esse tipo de comentário há 50 anos???
Estou lendo com um pouco de atraso, mas lendo. Estou é com inveja dessa sua "barraquinha do Rodrigo", que não tenho por aqui. Mas quem sabe fazemos também nossa hortinha por aqui, logo, logo.
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