“Se eu tivesse um filho, eu lhe diria:
Desconfie da moça que não gosta de
vinho, de trufa, queijo ou música.”
Colette
O filme alemão Simplesmente Martha, que deu origem ao fraquíssimo Sem Reservas (Catherine Zeta-Jones ficaria ótima no papel de Branca de Neve, mas nunca no de uma chef) nos mostra uma cena hilária de um cozinheiro italiano que quase hipnotiza a equipe da cozinha, regendo uma ópera que toca na rádio, enquanto panelas e frigideiras dão duro no fogão.
Música, comida e bebida sempre andaram de mãos dadas. Esse trio pode ser da melhor ou da pior espécie, mas está em todas.
Passei a infância ouvindo Glenn Miller, Silvio Mazzuca e canções velhacas italianas, discos preferidos de meu pai. Isso acontecia aos domingos. Os adultos bebericavam alguma coisa enquanto a comida era feita pelas mammas. Na mesa não faltava vinho, cerveja ou licor caseiro. E sempre um comentário infame do meu avô, do tipo: “bebida adocicada e perfume é tudo igual!” (até que não seria mau passar Campari atrás das orelhas).
Mas qual a música ideal para ouvir descascando alho ou na hora do jantar, diante do prato decorado e do vinho que o acompanha? Eu diria que depende do estado de espírito. Quase óbvio, não? Já ouvi de Supertramp (definitivamente, estou ficando velha!) a Madeleine Peyroux, de Piazzolla a Titãs, de Diana Krall a Martinho da Vila, de Elza Soares a Klébi Nori.
Se a música estiver equivocada num ambiente desses, chega a irritar e, às vezes, funciona como estratégia em certos lugares. Algumas churrascarias e rodízios colocam aquelas músicas sertanejas bem nervosas, fazendo você ficar meio zureta sem saber por quê. Come e bebe às pressas, pede a conta e vai embora antes mesmo da caipirinha lhe entorpecer. TOP! TOP! TOP! Você paga por um preço único e deveria comer o quanto quisesse, com muita calma. Mas para o proprietário do restaurante isso não é bom. Não é vantajoso, com esse tipo de serviço, que um cliente fique enrolando na mesa por muito tempo. Eu disse no início que o trio estava em todas, não disse? E assim nós vamos vivendo de amor.
Foto: Regina Bui
Desconfie da moça que não gosta de
vinho, de trufa, queijo ou música.”
Colette
O filme alemão Simplesmente Martha, que deu origem ao fraquíssimo Sem Reservas (Catherine Zeta-Jones ficaria ótima no papel de Branca de Neve, mas nunca no de uma chef) nos mostra uma cena hilária de um cozinheiro italiano que quase hipnotiza a equipe da cozinha, regendo uma ópera que toca na rádio, enquanto panelas e frigideiras dão duro no fogão.
Música, comida e bebida sempre andaram de mãos dadas. Esse trio pode ser da melhor ou da pior espécie, mas está em todas.
Passei a infância ouvindo Glenn Miller, Silvio Mazzuca e canções velhacas italianas, discos preferidos de meu pai. Isso acontecia aos domingos. Os adultos bebericavam alguma coisa enquanto a comida era feita pelas mammas. Na mesa não faltava vinho, cerveja ou licor caseiro. E sempre um comentário infame do meu avô, do tipo: “bebida adocicada e perfume é tudo igual!” (até que não seria mau passar Campari atrás das orelhas).
Mas qual a música ideal para ouvir descascando alho ou na hora do jantar, diante do prato decorado e do vinho que o acompanha? Eu diria que depende do estado de espírito. Quase óbvio, não? Já ouvi de Supertramp (definitivamente, estou ficando velha!) a Madeleine Peyroux, de Piazzolla a Titãs, de Diana Krall a Martinho da Vila, de Elza Soares a Klébi Nori.
Se a música estiver equivocada num ambiente desses, chega a irritar e, às vezes, funciona como estratégia em certos lugares. Algumas churrascarias e rodízios colocam aquelas músicas sertanejas bem nervosas, fazendo você ficar meio zureta sem saber por quê. Come e bebe às pressas, pede a conta e vai embora antes mesmo da caipirinha lhe entorpecer. TOP! TOP! TOP! Você paga por um preço único e deveria comer o quanto quisesse, com muita calma. Mas para o proprietário do restaurante isso não é bom. Não é vantajoso, com esse tipo de serviço, que um cliente fique enrolando na mesa por muito tempo. Eu disse no início que o trio estava em todas, não disse? E assim nós vamos vivendo de amor.
Foto: Regina Bui